Especialista aponta vantagens do cultivo de café Robusta

Engenheiro agrônomo Rogério Chiabai detalha estratégias para elevar a produtividade e reforça o potencial da variedade no mercado

Eficiência produtiva, maior tolerância a estresses bióticos e os desafios da migração para áreas de maior altitude. Estas são apenas algumas das características do café robusta (conilon) em comparação ao arábica, amplamente cultivado no sul de Minas. Durante sua palestra na Fenicafé, o engenheiro agrônomo Rogério Chiabai destacou as vantagens do cultivo do robusta e as estratégias para maximizar sua produtividade.

"Os robustas são mais eficientes na produção e apresentam maior tolerância a estresses bióticos do que o arábica", explicou Chiabai. "Devido à sua natureza diploide, a propagação assexuada é essencial, e os plantios devem ser realizados com, no mínimo, oito genótipos diferentes para garantir a fecundação adequada. Isso exige a manutenção de jardins clonais para a produção de mudas."

Além disso, ele destacou que o robusta possui uma área foliar e um sistema radicular mais desenvolvidos, demandando irrigação para expressar todo seu potencial produtivo. "Com a irrigação adequada, conseguimos reduzir o custo de produção por saca produzida e otimizar o manejo da lavoura", afirmou. A colheita mecanizada também foi um ponto ressaltado: "A adequação de clones, espaçamentos entre linhas e plantas, além da sistematização do solo, são fundamentais para permitir uma colheita totalmente mecanizada, reduzindo custos operacionais."

Outro aspecto abordado foi a seleção de clones para obtenção de melhor qualidade de bebida e maturação escalonada. "Com a escolha de clones de maturação precoce, média e tardia, é possível realizar colheitas seletivas mecanizadas, garantindo maior eficiência e produtividade", destacou Chiabai.

Sobre a irrigação, o especialista reforçou a necessidade de um planejamento agronômico e hidráulico bem elaborado. "A ausência de estresse hídrico é crucial, sendo necessário apenas o ajuste no coeficiente de cultura (Kc) no período pós-colheita. Com um manejo bem estruturado, o café robusta continua vegetando até mesmo em temperaturas baixas, entre 12ºC e 15ºC."

Finalizando sua apresentação, Chiabai trouxe projeções sobre o crescimento do consumo global de café robusta. "Atualmente, 44% do café consumido no mundo é robusta. Em até 20 anos, essa porcentagem pode ultrapassar os 50%, tornando o Brasil um dos maiores produtores globais. Temos clima, tecnologia e terras aptas para consolidar essa posição de liderança", concluiu.

A palestra destacou a importância da adoção de tecnologias e boas práticas de manejo para aumentar a competitividade e expandir a produção de café robusta de forma sustentável. A Fenicafé 2025, já consagrada como principal na irrigação em cafeicultura, acontece de 7 a 10 de abril, no Parque de Exposições Ministro Rondon Pacheco, em Araguari, no Triângulo Mineiro.