FENICAFÉ: Reserva de água crítica no Sul de Minas acende alerta para safra cafeeira de 2026

O engenheiro agrônomo Gustavo Rennó, do Sul de Minas, apresentou um panorama técnico sobre a safra cafeeira da região

Durante o segundo dia da Fenicafé 2025 – Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, em Araguari (MG), o engenheiro agrônomo Gustavo Rennó, do Sul de Minas, apresentou um panorama técnico sobre a safra cafeeira da região. Segundo ele, o Sul de Minas vive um cenário de déficit hídrico persistente, que compromete não apenas o enchimento dos frutos para a colheita de 2025, mas também ameaça a produtividade da safra de 2026. "Estamos entrando no inverno com o tanque quase vazio. Precisaríamos de pelo menos 200 mm de chuva bem distribuída nos próximos meses, o que historicamente não acontece", alertou.

Rennó explicou que a região possui dois perfis distintos de cafeicultura - a de montanha, mais artesanal, e a mecanizada, de altitudes mais baixas -, ambas afetadas pelas variações climáticas extremas. Ele destacou que a florada mais expressiva de outubro de 2024 coincidiu com um período de veranico intenso, prejudicando a granação e resultando em frutos com má formação e até mesmo vazios, o que pode comprometer a qualidade e o rendimento na colheita. "Estamos vendo frutos ocos com mais frequência do que o normal. Em muitas lavouras, já se estima até 10% de perda direta", afirmou.

Por fim, Rennó reforçou a importância do planejamento estratégico para mitigar os impactos do clima sobre a produção cafeeira. Ele recomendou que os produtores monitorem de perto suas lavouras e busquem assistência técnica para ajustar os tratos culturais de acordo com a nova realidade hídrica. “Se 2026 já preocupa, precisamos agir agora. A recuperação do solo e o preparo das plantas têm que começar antes da próxima estação seca”, concluiu. (Com Sara Lane, Safras)