Impactos das mudanças climáticas na cafeicultura são debatidos na Fenicafé

"O aumento das temperaturas, a irregularidade das chuvas e a maior incidência de pragas e doenças são desafios crescentes para a cafeicultura", destacou o professor Eusímio Fraga

 

Durante o Workshop "Clima e Cafeicultura", realizado na Fenicafé, o professor Dr. Eusímio F. Fraga Jr, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Campus Monte Carmelo, listou os impactos das mudanças climáticas na produção de café e as principais estratégias de adaptação para os produtores.

"O aumento das temperaturas, a irregularidade das chuvas e a maior incidência de pragas e doenças são desafios crescentes para a cafeicultura", destacou o professor Eusímio. O café arábica, principal variedade cultivada no Brasil, é altamente sensível às mudanças climáticas, podendo comprometer tanto a qualidade quanto a produtividade dos grãos. "Temperaturas elevadas aceleram o amadurecimento dos grãos, prejudicando sua qualidade, e condições extremas de seca ou excesso de chuvas afetam diretamente a floração e a uniformidade da produção da safra seguinte."

Para minimizar os impactos climáticos, o especialista defendeu o investimento em práticas agrícolas sustentáveis. "O sombreamento das lavouras, a irrigação eficiente e o uso de variedades mais resistentes são medidas fundamentais para garantir uma produção mais estável", explicou. Além disso, destacou a importância da captação e armazenamento da água da chuva como solução para enfrentar períodos de estiagem.

O professor Eusímio também frisou que a adoção de adubação verde e rotação de culturas pode aumentar a resiliência das lavouras. "Essas práticas auxiliam na conservação do solo, promovem maior retenção de umidade e reduzem a incidência de pragas e doenças."

Além das medidas dentro das propriedades, Eusímio ressaltou a necessidade de investimentos em pesquisa e inovação para desenvolver tecnologias que auxiliem na adaptação às novas condições climáticas. "O fortalecimento de cooperativas, a certificação ambiental e a diversificação de cultivos são estratégias fundamentais para agregar valor ao café e garantir a viabilidade econômica da produção", concluiu.

O debate reforça a importância da adoção de estratégias sustentáveis para enfrentar os desafios climáticos e garantir o futuro da cafeicultura no Brasil.