Irrigação inteligente: como manejar a água para aumentar a produtividade e a qualidade do cafeeiro

 

A irrigação tem se tornado um dos pilares da cafeicultura moderna, impactando diretamente na produtividade e qualidade final do produto. O prof. Dr. Otávio Neto, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), apresentou, durante a 28ª Edição da Fenicafé, uma abordagem detalhada sobre a evolução da irrigação do cafeeiro e as práticas mais eficazes para otimizar o uso da água nas lavouras.

“Quando falamos em eficiência, não basta apenas instalar um sistema de irrigação — é preciso manejá-lo corretamente”, destaca o especialista. U ma das técnicas mais eficazes atualmente é o uso combinado de dados meteorológicos e sensores de umidade do solo. Isso permite definir os turnos e lâminas de irrigação com base na evapotranspiração real da cultura, garantindo que a planta receba exatamente a quantidade de água necessária em cada fase do ciclo.

Outro diferencial é a fertirrigção, uma prática que alia irrigação e nutrição da planta. “A aplicação de fertilizantes via irrigação tem sido fundamental para manter um suprimento equilibrado de nutrientes, especialmente em momentos críticos como a recuperação pós-colheita e a formação dos frutos”, comenta Otávio Neto.

Ele também ressalta que, em algumas regiões, é comum interromper a irrigação nos meses de inverno, entre junho e agosto. No entanto, essa prática precisa ser adotada com cautela. “A decisão deve ser baseada no monitoramento da umidade do solo, pois, em regiões mais quentes, a demanda hídrica pode permanecer alta mesmo fora do período chuvoso”, alerta.

Com a crescente instabilidade climática e a busca por maior eficiência produtiva, o manejo adequado da irrigação se torna um diferencial para os cafeicultores. “O uso racional da água e a adoção de tecnologias de monitoramento são essenciais para garantir não apenas um aumento na produtividade, mas também uma colheita de qualidade superior”, conclui o professor.